Abaixo você verá um exemplo de gráfico de ação com pouca liquidez. Observe os seguintes pontos:
🚨 Há ocorrência de vários gaps;
🚨 Vários candles com abertura na máxima e fechamento na mínima, ou vice-versa. Nesses ativos, isso quase sempre indica ocorrência de dois negócios, ou pouco mais que isso, durante o pregão – e ainda por cima, negócios feitos com lotes mínimos, que conseguem gerar forte variação no preço do ativo em função do grande spread no book;
🚨 Falsos rompimentos: papel rompe o que seria uma resistência ou suporte e retorna o movimento no mesmo dia ou nos dias seguintes;
🚨 Candles grandes, indicando fortes oscilações, porém ocorre movimento inverso no dia seguinte – mostra que o movimento foi fruto de um livro de ofertas fraco;
🚨 Zonas de suportes ou resistências formadas por ordem de um único investidor: uma ordem mais pesada em um ativo de baixa liquidez pode ser executada pouco a pouco durante vários dias. No gráfico parece ser uma zona de suporte ou resistência, mas, na verdade, são barreiras que "não valem nada", pois verdadeiros suportes e resistências são zonas onde VÁRIOS investidores compram ou vendem.
Na maioria dos casos, o que se percebe são pessoas querendo tirar vantagem da baixa liquidez: compram a ação e acessam os fóruns para chamar compradores, argumentando que “rompeu graficamente isso, rompeu graficamente aquilo”. Porém, quando essas outras pessoas começam a comprar, eles desovam e a ação perde a sustentação. Vendo que não há mais compradores, a turma que ficou “trancada” começa a vender a qualquer preço, fazendo que o preço vá até abaixo daquele onde iniciou o movimento da ação.
🚨 Por esses motivos, podemos concluir que não é possível basear uma compra na análise gráfica de um papel de baixíssima liquidez.
Riscos de comprar ações de baixa liquidez
Motivos que geram a baixa liquidez em alguns ativos:
1) FREE-FLOAT muito baixo, causas:
- Quantidade disponibilizada na oferta primária de ações ao mercado ser percentualmente muito pequena em comparação ao volume total de ações;
- Concentração de ativos na mão de poucos acionistas, que não estão interessados em negociá-los.
2) Empresa não ser uma boa opção na visão do mercado. Essa visão negativa pode vir dos fundamentos atuais que não estão positivos, de perspectivas futuras ruins para o setor da empresa, de problemas de governança, entre outros.
É verdade que podem existir empresas com potencial futuro interessante, e que estão completamente esquecidas ou subavaliadas pelo mercado. Porém, apesar de o retorno poder ser muito superior a um investimento em ações de empresas já consolidadas, o investidor deve entender que precisará aguardar um longo prazo para obter o lucro pretendido. E mais, que também existe um alto risco envolvido no negócio, pois as análises feitas podem não se confirmar e o preço das ações caírem muito abaixo do valor pago por elas. Analisar esses tipos de ações é complicado até para investidores experientes que possuem amplo conhecimento em análise fundamentalista.
A forma mais fácil de encontrar ativos com boa liquidez é procurando as ações com maior volume financeiro médio diário negociado na bolsa. Isso pode ser feito observando as ações que compõem os índices representativos da bolsa, como Ibovespa, IBrX-100 ou IBrX-50. Mas, caso esteja realmente decidido em arriscar em papeis com pouca liquidez, leve em consideração que haverá um risco muito maior, e evite alocar muito capital neles.
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